Os representantes dos dois principais fóruns funcionalismo rejeitaram os 7,8% oferecidos pelo governo e querem 13,5%. Nova rodada de diálogo deve ocorrer até a próxima terça-feira

Anajus Notícias
28 de fevereiro de 2023

Representantes de entidades dos servidores do Executivo e do governo federal e não chegaram a um consenso sobre a pauta da recomposição salarial na segunda edição encontro da Mesa Nacional de Negociação Permanente realizado nesta terça-feira (28), em Brasília. Os fóruns representantes dos profissionais rejeitaram o índice 7,8% e pleiteiam que o percentual seja de uma elevação de 13,5%.

Diante do impasse durante o encontro, o secretário de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho do Ministério da Gestão e Inovação no Serviço Público, Sérgio Mendonça, encaminhou novo prazo para estudar o que propõem os trabalhadores para vigorar a partir desta quarta-feira (1º). Ficou definida uma nova rodada de negociação, que deverá ocorrer entre sexta-feira (3/3) e terça-feira (7/3).

A Anajus (Associação Nacional dos Analistas do Poder Judiciário e do Ministério Público da União) monitora as negociações salariais dos servidores do Executivo com o governo, tendo em vista de defender tratamento semelhante. Isso porque a lei que estabeleceu recomposição salarial das carreiras do PJU e MPU em três parcelas – 6% em fevereiro de 2023, 6% em fevereiro de 2024 e 6,13% em fevereiro de 2025.

Apesar de não aceitar a contraproposta, o representante do governo se comprometeu a levar à mesa de negociação uma tréplica – um novo percentual para o reajuste. Especula-se que o novo índice fique em 9%, o que representa 50% a mais do que os servidores do PJU e do MPU receberam em fevereiro.

Os representantes dos servidores têm a expectativa de que o governo reveja os limites financeiros e retorne na próxima rodada com uma proposta mais vantajosa para os trabalhadores. Até o momento, o que está oficialmente colocado, além do reajuste linear de 7,8%,  é o aumento no vale-alimentação de R$ 200. Se a proposta tivesse sido aceita na ocasião, passaria a valer em 1º de março com impacto de R$ 11,2 bilhões nas contas públicas.

“Queremos mais”

Durante o encontro, os dois principais fóruns de servidores do Executivo entregaram ao representante do Ministério da Gestão e Inovação a carta “Queremos mais”. No texto, narram que nos últimos sete anos vigorou uma política de desmonte do serviço público brasileiro. “Esta situação é agravada ainda por uma inflação acumulada de 27%, que resulta em perdas salariais de mais de 60% para muitas categorias de trabalhadores e trabalhadoras do serviço público”, descreve o manifesto.

A carta é assinada pelo Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado) e pelo Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais).  No texto, os fóruns classificaram as negociações como um esforço para se definir um reajuste emergencial imediato e logo depois lançar a campanha salarial de 2024.

Nesta terça-feira, outra associação dos servidores federais do Executivo, nesse caso do ensino, a Proifes-Federação, também apresentou um documento para defender a melhoria da proposta do governo. A iniciativa foi do Proifes-Federação, que estima as perdas salariais dos últimos anos em 41,14%. Por isso, pediu que o governo promova a abertura das mesas setoriais de negociação para que pautas específicas de cada categoria sejam solucionadas.  (Com informações dos sites das entidades)